Pornografia, Arte ou Negócio?



No âmbito da cadeira de Pensamento e Cultura Contemporânea, era proposto pelo docente Duarte Silva, a elaboração de um trabalho que desenvolve-se uma questão contemporânea, seria apresentado por escrito e oral. O trabalho deveria ser elaborado por grupos de três alunos, no caso do meu grupo, era constituído por Vítor Almeida e Mauro Alegria.
Após uma reflexão, o nosso grupo pegou num tema que consideramos contemporâneo e que poucas pessoas param para pensar nele, ou por considerarem obsceno ou simplesmente por uma questão de taboo, o nosso tema então seria “Pornografia – Arte ou negocio? “ (...)
O nosso trabalho acima de tudo foi desenvolvido de forma a colocar essa questão para todos, após uma elaborada pesquisa sobre todos os elementos que constituem essa questão.
Foram apresentados na aula e por escrito, todos os factores que achamos importantes salientar. Como por exemplo a pornografia é uma das artes mais antigas como qualquer outra arte que conhecemos e o povo que mais influenciou a pornografia certamente foi os gregos, por isso poderíamos responder rapidamente a questão do nosso trabalho, mas após um estudo aprofundado não seria uma resposta simples de dar.
De facto a pornografia iniciou-se como uma arte, sendo o erotismo o núcleo e factor principal para a pornografia ser considerada arte. Antigos quadros, esculturas ou mesmo fotografias, que apresentassem um factor de nudez e mesmo de erotismo, é considerado pornografia, embora nos dias hoje, seja estranho afirmar isso, pois ao que concluímos, que essa mesma arte fora “derrubada”, pelos meios de comunicação e pela religião. No inicio da Idade Média, em torno no século VI, os clérigos católicos condenaram a luxúria como um dos pecados capitais, na sua opinião entregar-se aos prazeres carnais desviava o cristão da redenção espiritual.
Mas o que é pornografia acima de tudo?

“Pornografia é a representação de cenas ou objectos sexuais através de qualquer meio destinados a um público com o intuito de despertar o desejo sexual ao observador. O termo deriva do grego πόρνη (pórne – “prostituta”) e γραφή (grafé – “representação”).”

Só por volta do século XV no Renascimento é que vários artistas aproveitaram o enfraquecimento do poder católico para retratar a nudez nas telas. Por volta do século XVI a censura voltou a operar com força durante a Reforma, Em França em meados do século XVIII, apareceram os primeiros libertinos, artistas e intelectuais pro-liberdade sexual que se reuniam em organizações secretas onde promoviam leituras ou encenações de livros eróticos que culminaram em Orgias.

A comunicação social teve um papel importante nessa desfiguração da pornografia pois focou-se obsessivamente em promove-la, introduzindo novas atitudes e estilos. Mas esta mudança também teve aspectos positivos, a imprensa foi a consciência da dignidade própria e de todos os seres humanos. Porém por outro lado, foi visto como, a violação da dignidade humana e dos ideais. Assim se verifica que os media contribuíram de forma positiva e negativa.
A pornografia é uma velha realidade do ser humano que evidencia a parte mais erótica e de busca pelo pecado. Embora se discuta cada vez mais moral e ética, a verdade é que os media tornaram a pornografia acessível ao grande publico, inclusive crianças e jovens. Este problema que antes apenas era acessível aos países ricos, começou a ser questionado sobre a corrupção dos valores morais das pessoas e a provocar o caos, colocando assim na dúvida á sociedade sobre o que é sensual e o que é obsceno.
Pornografia, Arte ou Negócio?

O conceito de pornografia como podemos observar a partir dos textos anteriores, tem vindo a se alterar ao longo dos tempos. A pornografia que era vista nos primórdios, como a idealização do corpo humano, do perfeito, e do belo, alcançou tempos mais tarde a visão de desejo, e de fantasia, de descobrir novas fronteiras, que eram vistas como atentado as crenças religiosas e éticas. A sua magnitude alcançara novos patamares com a massificação dos media, com a televisão e com a sua maior divulgação, a internet.

Graças à internet a pornografia expandiu-se à escala global sem restrições nem fronteiras. A sua procura foi tanta que o negócio pornográfico atingiu números impressionantes.
A partir deste ponto da história a pornografia passara a ser visto como uma indústria, e não como uma arte.

O seu núcleo, que era até então, o erotismo, fora aos poucos extinto, e passando a ser visto como “um ovo sem gema”. Não há dúvida de que a pornografia é um dos negócios mais rentáveis mundialmente. Por isso, mesmo que muita gente considere a pornografia algo de obsceno e ofensivo. É difícil estabelecer fronteiras entre arte e pornografia, por que arte também é um produto, ela também é representada por objectos sujeitos a oferta e procura. Tal como as próprias críticas á pornografia, muitas instalações de arte podem também ser criticadas, mas ainda assim não deixam de ter o seu lucro financeiro.
Talvez o limite entre arte e pornografia esteja dentro de cada um, pois o pensamento de um será diferente do pensamento de outro, e assim consecutivamente.

Assim fica a questão colocada, se a pornografia será uma arte ou um negócio, para mim e para os meus colegas a questão resumiu-se à seguinte frase…
A Pornografia poderá ser uma arte em fase de ruptura.

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